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Publicado em 26/02/24 às 14:47:00

Arte e Modernidade: A Influência da Art Déco na Arquitetura de Goiânia

Arte Dèco em Goiânia

Arte e Modernidade: A Influência da Art Déco na Arquitetura de Goiânia
Cine-Teatro Goiânia. Foto - Alex Martins.

Arte e Modernidade: A Influência da Art Déco na Arquitetura de Goiânia
Com a Revolução de 1930 e a mudança das oligarquias dominantes em Goiás, a
discussão sobre a transferência da capital do estado ganhou força, possibilitada pela
posse do interventor federal Pedro Ludovico Teixeira. Em consonância com a política
de Getúlio Vargas (1937-1945), a construção de Goiânia uniu o anseio por modernidade
de Goiás e a busca pela prosperidade econômica e ocupação da região central do país,
concretizando assim um sonho de integração econômica e expansão populacional,
denominado Marcha para o Oeste.

Relógio da Fonte em bom estado, marcando o início da Avenida Goiás. Foto - Alex Martins

Nesse contexto, emerge a cidade de Goiânia como um oásis de modernidade e elegância
no vasto cerrado brasileiro. Entre suas ruas arborizadas e prédios históricos, a influência
marcante da Art Déco se faz presente, adicionando um toque de glamour e sofisticação
ao cenário urbano.
A Art Déco, movimento artístico que floresceu entre as décadas de 1920 e 1930, é
conhecida por sua estética distinta que combina formas geométricas, linhas elegantes e
detalhes ornamentais. Originada na Europa, essa corrente artística rapidamente se
disseminou pelo mundo, deixando sua marca em diversas cidades ao redor do globo.
Em Goiânia, a presença da Art Déco é evidente em muitos de seus edifícios icônicos.
Um exemplo notável é o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual de Goiás,
cuja fachada exibe elementos típicos desse estilo, como relevos geométricos e linhas
angulares. Construído na década de 1930, o Palácio das Esmeraldas é um testemunho da
riqueza arquitetônica da cidade e um símbolo de sua história.

Palácio das Esmeraldas encontra-se em estado de conservação questionável. apesar de ser a residênecia oficial do Governador. Foto - Alex Martins

Outro destaque é o Teatro Goiânia, uma joia da Art Déco que encanta visitantes com
sua fachada ornamentada e seu interior luxuoso. Inaugurado em 1942, o teatro é um
espaço onde a arte e a cultura se encontram, e sua arquitetura reflete a elegância e o
esplendor da época em que foi construído.

Cine-teatro Goiânia, funcionando normalmente. Foto - Alex Martins

Além desses edifícios emblemáticos, a influência da Art Déco pode ser observada em
muitos outros pontos da cidade, desde residências particulares até estabelecimentos
comerciais. Em cada esquina, há um lembrete do legado desse movimento artístico que
ajudou a moldar a identidade visual de Goiânia.
No entanto, o boom do crescimento desordenado colocou os privilégios da especulação
imobiliária à frente do ideal moderno iniciado por Getúlio Vargas e Pedro Ludovico
Teixeira. Nesse período de expansão desenfreada, diversos prédios edificados no início
da capital foram demolidos, descaracterizados ou abandonados.

Museu Zoroastro Artiaga encontra-se fechado para o público - Foto Alex Martins

Diante da importância histórica e cultural dos edifícios de Art Déco em Goiânia, é
fundamental que sejam preservados e valorizados. Essas estruturas não são apenas
testemunhos do passado da cidade, mas também fontes de inspiração e admiração para
as gerações futuras.
Através de políticas de conservação e incentivos à reabilitação urbana, é possível
garantir que o legado da Art Déco continue vivo em Goiânia, enriquecendo a
experiência dos moradores e visitantes da cidade. Ao reconhecer e celebrar sua herança
artística, Goiânia se posiciona como um destino turístico único, onde história, cultura e
beleza se encontram em perfeita harmonia.

Reformas que se arrastam. Foto - Alex Martins.

Vale destacar que, em agosto de 2023, foi sancionada a lei estadual que concede a
Goiânia o título de “Capital Art Déco”, consolidando o valor e a importância desse
patrimônio. O Art Déco foi capaz de englobar traços culturais goianos em sintonia com
a modernidade e por seu aspecto regionalizante, ao incorporar materiais e símbolos
locais de origem indígena do cerrado. "Retratando" uma nova "visão de mundo" no
interior do Brasil, os estilos dessas edificações permitem o reconhecimento da memória.

Detalhes da falta de conservação do Museu Zoroastro Artiaga. Foto Alex Martins

Tudo é bonito, e o que sonhamos não é bem a realidade que norteia as ações públicas e privadas, uma visita breve, podemos registrar um verdadeiro descaso com a maioria dessas obras, que poderia ser uma grande riqueza, mas parece ter se tornado um fardo pesado. 

Déborah Irineu.

Mais Informações (64) 99948-5233